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Este microbook é uma resenha crítica da obra: Malala: the girl who stood up for education and changed the world
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-8535923438
Editora: Companhia das Letras
Malala define o Paquistão como um país criado à meia-noite. E ela quase morreu ao meio-dia. A autora levou um tiro do Talibã e, provavelmente, nunca poderá voltar à terra natal. Não é o que ela acredita. Ser arrancada do próprio país dói muito.
Hoje mora na Inglaterra, com sua família. Sua vida mudou quando o New York Times publicou um documentário em que ela aparece como símbolo da vontade de estudar, em meio à invasão do exército paquistanês no vale onde morava.
Tudo na vida de Malala mudou muito. Os pais dela, Ziauddin e Toor, deram a ela esse nome como homenagem a Malalai de Maiwand, a maior heroína do Afeganistão. E a autora é uma grande heroína de nossos tempos.
Quando Malala nasceu, tiveram pena de sua mãe e ninguém parabenizou o pai. Ela nasceu de madrugada, o que para os patchuns não é bom sinal.
Sem dinheiro para um bom hospital, foi uma vizinha que ajudou no parto. Os pais de Malala tiveram medo, já que o primeiro filho deles foi natimorto. Numa cultura tão machista, nascer menina era um desafio e tanto. Estudar, então, nem pensar.
Os pais de Malala quebraram uma tradição e permitiram que a filha frequentasse a escola. A mãe da autora, pelo contrário, abandonou os estudos quando conheceu o marido. E foi a maior incentivadora para que ele continuasse a escrever poemas, mesmo sem saber como publicar tantos textos.
Ele sempre sonhou em ter uma escola e valorizava a educação. Quando o Talibã chegou ao vilarejo em que moravam, tudo começou a mudar.
Chegamos à metade deste microbook. Malala tinha 10 anos quando o Talibã chegou no vale de Swat, em 2007. Segundo ela, pareciam vampiros, chegando de noite, em grupos armados com facas, aparência estranha, barba e cabelos compridos, roupas camufladas, distintivos aludindo à lei islâmica, turbantes para intimidar moradores locais.
Os membros desse movimento fundamentalista islâmico pareciam sujos. Por isso, o pai de Malala os chamava de “gente sem banheiros nem barbeiros”. Depois da invasão, eles impediram as músicas e símbolos locais.
Para Malala, viver em Swat era estar num paraíso, com cachoeiras, lagos, estação de esqui e outros lugares para visitar. Mas o Talibã fez o terror tomar conta do lugar.
Era a escola que dava forças para Malala seguir em frente nos dias sombrios. Na rua, sentia medo de cruzar com homens do Talibã. Bolsas e livros tinham que ser escondidos dentro das roupas. As crianças sentiam medo de usar uniformes escolares, já que o estudo estava proibido pelo exército fundamentalista.
Era rotina ver corpos despejados na praça local para serem vistos na manhã seguinte, como intimidação. Quando decidiram voltar a Swat depois de três meses longe do vale, Malala viu lágrimas no rosto do pai. O lugar estava sob total controle militar. Muitas ruínas e veículos incendiados foram vistos pelo caminho.
E o pior ainda estava por vir.
No fim do verão, Malala ia para a escola quando dois rapazes com lenços amarrados no rosto mandaram o ônibus parar na estrada. Entraram e perguntaram quem era Malala.
Ela não teve tempo para responder. Foram três tiros à queima-roupa. Malala confiou em Deus na jornada rumo ao desconhecido. Hoje sabemos quem é Malala. A ativista não morreu, precisou abandonar o próprio país e se tornou uma gigante.
Malala só acordou uma semana depois do atentado. Estava a milhares de quilômetros de casa, com um tubo no pescoço para respirar. Não podia falar. A terapia intensiva e as tomografias viraram rotina antes de acordar definitivamente.
Hoje, vive em Birmingham, na Inglaterra, com a família. Nos primeiros dias, o pai da autora dizia que arrancaram o sorriso da filha. Mas não foram capazes de lhe tirar a vida nem a obstinação pelo direito de estudar.
O relato descrito neste Eu sou Malala é tocante e não deixa ninguém desanimar. A força que a autora teve para desafiar ordens absurdas e seguir o sonho de estudar é um exemplo. Todas as condecorações, homenagens e palcos dados a ela desde a última década são necessários. Quantas mulheres não são oprimidas em nome da religião? Quanta gente terá limitação de oportunidades por ordens que não fazem sentido algum? Malala está aí para nos mostrar que é possível, sim, ter um mundo melhor e mais justo.
O relato de Malala é comovente, não? Outro microbook comovente é Pablo Escobar: meu pai, escrito por Juan Pablo Escobar, filho do traficante colombiano, personagem de tantos filmes e séries sobre o crime organizado na América Latina. E comove porque mostra como o autor cresceu ao redor das barbaridades cometidas pelo pai, um homem sanguinário e, ao mesmo tempo, preocupado com a família.
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